Clubes de Leitura - Viagem Literária

2 a 6 de Setembro
16 a 20 de Setembro
23 a 27 de Setembro

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Beijando dentes

Maurício de Almeida

O livro de contos Beijando dentes trata dos problemas de comunicação entre as pessoas por meio de contos fortes, tanto pela temática, geralmente sombria, como pela linguagem. A partir de cenas e diálogos banais do cotidiano, os textos avaliam as tensões nas relações humanas por meio de personagens extasiados.

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_DATAS E HORÁRIOS

04/09 • 19h • Limeira • Mediadoras: Adriana Ferreira e Andréia Grava
17/09 • 15h • Piracicaba • Mediadoras: Adriana Ferreira e Luciana Gerbovic
26/09 • 10h • Charqueada • Mediadoras: Andréia Grava e Beatriz Pereira
27/09 • 19h • Nova Odessa • Mediadora: Luciana Gerbovic

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É sempre a hora da nossa morte amém

Mariana Salomão Carrara

Depois do arrebatador Se deus me chamar não vou, Mariana retoma seu jorro neurótico, humano e delicioso contando agora a história da septuagenária Aurora, encontrada desmemoriada e descalça na beira da estrada e procurando por uma certa Camila. Para uma amnésica, ela recorda-se de muito: da mãe que escovava seus cabelos até parecerem “uma peruca eletrizada”; do seu ato falho trágico religioso, de quando rezava na infância e dizia “agora é a hora da nossa morte amém”; dos anos em que deu aula de português em uma escola de riquinhos; da sua covardia perante a ditadura militar; de um carnaval em que tentou perder a virgindade com um jovem brocha vestido de bebê; e, sobretudo, das muitas mortes da filha Camila. Seriam essas lembranças reais?

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_DATAS E HORÁRIOS

02/09 • 19h • São Bento do Sapucaí • Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
25/09 • 10h • São José dos Campos • Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
26/09 • 10h • Itaquaquecetuba • Mediadora: Vanessa Valente

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Enquanto Deus não está olhando

Débora Ferraz

O romance de estreia de Débora Ferraz, Enquanto Deus não está olhando, narra a história de Érica, uma jovem artista plástica em busca do pai, que fugiu do hospital que estava internado. Érica procura possíveis rastros que ele possa ter deixado e a partir de pequenas memórias tenta entender a relação com o pai. Esta obra é sobre o que a autora chama de instante modificador, aquele ínfimo de segundo que pode transformar completamente a trajetória de alguém. Também é sobre a perda e a insegurança de ingressar na idade adulta sem preparo.

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_DATAS E HORÁRIOS

02/09 • 19h • Adamantina • Mediadoras: Adriana Ferreira e Luciana Gerbovic
03/09 • 19h • Bastos • Mediadoras: Adriana Ferreira e Beatriz Pereira
04/09 • 15h • Herculândia • Mediadoras: Adriana Ferreira e Janine Durand
16/09 • 19h • Parapuã • Mediadoras: Adriana Ferreira e Janine Durand

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Enquanto os dentes

Carlos Eduardo Pereira

Uma manhã chuvosa no Rio de Janeiro. Antônio, um cadeirante negro de classe média, circula pela cidade enquanto um caminhão carrega sua pequena mudança. Endividado e sem alternativa, Antônio está voltando à casa da sua infância, do pai, homem severo, que ele não vê há mais de vinte anos. Enquanto avança nessa odisseia particular, Antônio atravessa também um percurso acidentado pelos corredores de sua própria memória: o relacionamento com o pai – o “Comandante” –, os anos na Escola militar, a homossexualidade, o acidente que o tornou paraplégico. Uma das estreias mais poderosas da literatura brasileira contemporânea, o nascimento de uma voz original e contundente.

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03/09 • 10h • São Paulo - BSP • Mediadoras: Claudia Aratangy e Luciana Gerbovic
16/09 • 15h • Itapevi • Mediadoras: Claudia Aratangy e Luciana Gerbovic
23/09 • 19h • Cotia • Mediadoras: Beatriz Pereira e Vanessa Valente
27/09 • 10h • Ibiúna • Mediadoras: Claudia Aratangy e Vanessa Valente

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Espinhos e alfinetes

João Anzanello Carrascoza

Para João Anzanello Carrascoza as palavras dão contorno a nós e ao mundo. Causam dor, feito espinhos e alfinetes. Mas, como agulhas, ajudam a nos curar de nós mesmos. Em seu quinto livro de contos, o autor fala das diferentes formas de vivenciar o adeus. “Quando perdemos alguém, damos adeus também a quem fomos. E, no fundo, estamos nos despedindo o tempo todo, mesmo quando damos boas-vindas a uma pessoa”, argumenta o autor. Os narradores de Carrascoza contam suas histórias desde o ponto de vista de crianças, como se a infância fosse a única e real possibilidade de deslumbramento e fantasia. O autor apresenta construções de linguagem singulares, que remetem, aqui e ali, a um parentesco com Guimarães Rosa ― sem que esses laços representem prisão. Bem pelo contrário.

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02/09 • 15h • Garça • Mediadoras: Luciana Gerbovic e Vanessa Valente
18/09 • 15h • Marília • Mediadoras: Janine Durand e Luciana Gerbovic
25/09 • 10h • Vera Cruz • Mediadoras: Claudia Aratangy e Janine Durand
26/09 • 19h • Pederneiras • Mediadoras: Janine Durand e Luciana Gerbovic

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João Maria Matilde

Marcela Dantés

Em seu novo romance, Marcela Dantés, autora finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Jabuti 2021, narra uma história sensível sobre laços familiares, loucura, hereditariedade e raízes. Perto dos 40 anos, Matilde é uma mulher forte e independente que pensava ser filha de pai desconhecido. O português João Maria é seu pai, já está morto e deixou um testamento, que a inclui, a ser lido com data e hora marcada em uma pequena vila além-mar. Deixando no Brasil o namorado, Abel, e Beatriz, a mãe que sofre com um Alzheimer precoce, a protagonista, já em Portugal à espera da leitura do testamento, faz um mergulho tão inesperado quanto solitário em seu passado desconhecido. Psicologicamente fragilizada, Matilde se vê obrigada a enfrentar seus maiores medos, a síndrome do pânico e alguns delírios.

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03/09 • 15h • Porto Ferreira • Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
16/09 • 10h • Santa Cruz das Palmeiras • Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
24/09 • 19h • Mococa • Mediadoras: Adriana Ferreira e Beatriz Pereira
25/09 • 19h • Cordeirópolis • Mediadoras: Beatriz Pereira e Vanessa Valente

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Meu corpo ainda quente

Sheyla Smanioto

Quando você descobriu pela primeira vez que seu corpo não era seu? Em Vermelha, uma fictícia cidade de desova da ditadura militar inspirada na Diadema dos anos 80, mulher nenhuma tem o próprio corpo. É lá que Jô vive e cresce e precisa escolher entre aprender a viver em um corpo emprestado ou sair em uma jornada para tomar o próprio corpo para si. Uma escolha que a levará para dentro da geografia de seu corpo de mulher, esse lugar assombrado, pós-apocalíptico, onde ela terá de negociar com a loucura e com a morte se quiser voltar à vida. Meu corpo ainda quente é um romance e também um conto de fadas distópico, mas, antes de tudo, um manifesto poético-feminista.

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02/09 • 10h • Pereira Barreto • Mediadoras: Andréia Grava e Janine Durand
16/09 • 15h • Santa Fé do Sul • Mediadoras: Janine Durand e Vanessa Valente
17/09 • 15h • Guararapes • Mediadoras: Andréia Grava e Janine Durand
23/09 • 19h • Valparaíso • Mediadoras: Adriana Ferreira e Janine Durand

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Mônica vai jantar

Davi Boaventura

É sexta-feira à noite: Mônica está se arrumando para um evento importante da empresa onde trabalha e acaba de descobrir que seu marido foi flagrado se masturbando dentro de um ônibus. Ela está em choque, mas, ainda assim, não consegue sair de casa. Por quê? Escrito em fluxo de consciência, este livro mostra a tensão e os dilemas, os sentimentos ambivalentes e os medos, os desejos, tudo mais que pode surgir quando a sua vida é invadida de forma abrupta e insólita por uma ação brutal da pessoa em quem você mais confia.

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06/09 • 10h • Cananéia • Mediadoras: Claudia Aratangy e Janine Durand
20/09 • 15h • Cubatão • Mediadoras: Andréia Grava e Janine Durand
23/09 • 10h • São Bernardo do Campo • Mediadoras: Adriana Ferreira e Janine Durand
27/09 • 19h • Itanhaém • Mediadoras: Andréia Grava e Beatriz Pereira

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Nossa Teresa - vida e morte de uma santa suicida

Micheliny Verunschk

Micheliny Verunschk é conhecida pela sólida voz poética. Nesse romance de estreia, ela chega para ficar. A personagem Teresa é uma adolescente cujos desejos quase não chegam a sê-los, pois são espontaneamente saciados de saída. A moça é vidente, opera milagres e vai surgindo líquida, contada por um velho que resiste em dá-la de todo para o leitor. Mas ela chega cada vez mais perto, beatificada pelo Papa e trazendo um desejo que a tentou até sua realização, o suicídio. Teresa é filha de pais ateus, que dos milagres operados pela filha nunca tiveram olhos para ver. Acompanhamos o luto da terra que chora de barriga cheia, alimentada por mais suicidas do que assumimos. O narrador reza, mesmo cansado, pois o suicídio é pecado para os homens, não para Deus. (Andrea del Fuego).

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06/09 • 19h • Penápolis • Mediadoras: Adriana Ferreira e Andréia Grava
17/09 • 10h • Lourdes • Mediadoras: Andréia Grava e Luciana Gerbovic
18/09 • 10h • Guaiçara • Mediadoras: Adriana Ferreira e Janine Durand
23/09 • 15h • Birigui • Mediadoras: Andréia Grava e Beatriz Pereira

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O capricórnio se aproxima

Flavio Cafiero

“Vender enciclopédias”, “trabalhar em banco”, “comer pudim de pão”, e, finalmente, “ser de capricórnio”. Códigos familiares para assuntos proibidos para as crianças. É percorrendo esse mapa congestionado da linguagem que o leitor vai compreendendo lentamente o enredo cheio de humor e melancolia desta obra. A personagem principal é João, um taxista que tenta se entender com as novas tecnologias exigidas pela profissão e com a necessidade de aprender inglês por conta da Copa do Mundo no Brasil. Porém, mais difícil são as relações familiares. Aos poucos vamos nos reconhecendo no cotidiano da família de João por meio de referências, como programas de TV, jogos de futebol, xingamentos e comidas típicas.

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03/09 • 19h • Barão de Antonina • Mediadoras: Claudia Aratangy e Vanessa Valente
19/09 • 10h • Ourinhos • Mediadoras: Claudia Aratangy e Luciana Gerbovic
23/09 • 15h • Lençóis Paulista • Mediadoras: Luciana Gerbovic e Vanessa Valente
27/09 • 15h • Santa Cruz do Rio Pardo • Mediadoras: Claudia Aratangy e Vanessa Valente

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O corpo interminável

Claudia Lage

Uma história familiar prestes a ser relembrada e resgatada. Em busca de suas origens, Daniel tenta reconstituir a história da mãe, uma guerrilheira desaparecida na ditadura civil-militar no Brasil. As tentativas de reconstruir a sua história pessoal junto à história do seu país e os fios de memória rompidos moldam a narrativa. Ao buscar informações sobre a mãe, surgem outras narrativas, ou outras possibilidades de relatos, também desaparecidos, de tantas mulheres. Claudia Lage fez um livro sobre a ausência e também sobre a escrita, essa (im)possibilidade de se reinventar e se refazer por meio das palavras.

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18/09 • 10h • Santo André • Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
24/09 • 10h • Guararema • Mediadoras: Luciana Gerbovic e Vanessa Valente
25/09 • 15h • São Sebastião • Mediadoras: Beatriz Pereira e Luciana Gerbovic
27/09 • 15h • Diadema • Mediadoras: Andréia Grava e Beatriz Pereira

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O filho eterno

Cristovão Tezza

Cristovăo Tezza é um dos mais conceituados escritores brasileiros contemporâneos e O filho eterno é uma prova disso. O livro é um corajoso relato autobiográfico, narrado em terceira pessoa. Na sala de espera, entre um cigarro e outro, o protagonista está prestes a ter seu primeiro filho. Ao ver o médico, ele pergunta se está tudo bem, mas năo tem dúvidas da resposta positiva. Em sua cabeça, já imagina o filho com cinco anos, a cara dele. Enquanto ainda tenta se acostumar com a novidade de ter se tornado pai, ele tem que se habituar com outra ideia: seria pai de uma criança com síndrome de Down. Foi o romance mais premiado de 2008: Prêmio Jabuti, Prêmio São Paulo de Literatura, Prêmio Bravo! Prime de Cultura; e foi o vencedor do prêmio Faz Diferença (Prosa) do jornal O Globo.

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04/09 • 10h • São Paulo - BVL • Mediadoras: Claudia Aratangy e Luciana Gerbovic
05/09 • 10h • Pinhalzinho • Mediadoras: Claudia Aratangy e Janine Durand
17/09 • 19h • Caieiras • Mediadoras: Janine Durand e Vanessa Valente
24/09 • 15h • Itatiba • Mediadoras: Claudia Aratangy e Janine Durand

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O peso do pássaro morto

Aline Bei

A vida de uma mulher, dos 8 aos 52, desde as singelezas cotidianas até as tragédias que persistem, uma geração após a outra. Um livro denso e leve, violento e poético. É assim O peso do pássaro morto, romance de estreia de Aline Bei, no qual acompanhamos uma mulher que, com todas as forças, tenta não coincidir apenas com a dor de que é feita.

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05/09 • 19h • Sabino • Mediadoras: Andréia Grava e Adriana Ferreira
06/09 • 15h • Uru • Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
19/09 • 15h • Lins • Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente
24/09 • 19h • Borborema • Mediadoras: Andréia Grava e Vanessa Valente

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Oito do sete

Cris Judar

“Nada é por acaso na literatura que reaviva a aventura humana. Oito do sete: eis, não por acaso, a data que marca o enredo desta bela estreia de Cris Judar no romance. Vamos nos inteirando da trama pelos fragmentos narrados por quatro vozes distintas: duas amantes (Magda e Glória), um anjo (Serafim) e uma cidade (Roma). Não por acaso Magda e Glória se veem como cisternas e aos homens como torres. Aqui os homens são embarcações; as mulheres, terra para que se afundem. Uma obra estruturalmente engenhosa, de alta voltagem lírica e primoroso labor com a linguagem. Não por acaso é uma história que desafia o leitor a sair de seu raso e saltar para o abismo de uma escrita inquietante.” (João Anzanello Carrascoza).

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04/09 • 10h • Franca • Mediadoras: Andréia Grava e Beth Leites
05/09 • 15h • Batatais • Mediadoras: Andréia Grava e Luciana Gerbovic
06/09 • 10h • Ibaté • Mediadoras: Beth Leites e Luciana Gerbovic
20/09 • 10h • Cravinhos • Mediadoras: Beth Leites e Luciana Gerbovic

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Para onde atrai o azul

Jessica Cardin

Heloise, vinte e cinco anos, se apaixona por Heitor, um professor de literatura que seduz e se deixa seduzir pela aluna. A paixão caminha para um enlace amoroso, mas a personagem feminina se descobre sufocada pela vaidade e pela opressão afetiva. A admiração intelectual, a afeição e a identificação entre dois personagens que se encantam, tudo vai aos poucos dando lugar a uma relação turbulenta. Os personagens se conhecem em uma palestra do professor e a atração entre os dois é imediata. A história é dividida em duas partes, “Mãe” e “Fabíola” – melhor amiga de Heloise. É o relato da protagonista sobre seu relacionamento a essas duas figuras femininas que serve de fio condutor para que a personagem reflita sobre temáticas como abuso, beleza e ideação suicida.

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23/09 • 10h • Colina • Mediadoras: Claudia Aratangy e Luciana Gerbovic
24/09 • 10h • Ubarana • Mediadoras: Claudia Aratangy e Janine Durand
25/09 • 19h • Tabapuã • Mediadoras: Claudia Aratangy e Janine Durand
26/09 • 15h • Monte Aprazível • Mediadoras: Claudia Aratangy e Janine Durand

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Uma chance de continuarmos assim

Taiasmin Ohnmacht

Paula e sua amiga Marcela desenvolvem um dispositivo que permite deslocar-se no tempo. Dessa forma, o leitor é convidado a transitar entre futuros possíveis, distopias, utopias e fragmentos imprecisos. Uma chance de continuarmos assim é uma ficção especulativa na qual afeto, tempo e memória são indissociáveis.

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05/09 • 15h • Tatuí • Mediadoras: Janine Durand e Vanessa Valente
19/09 • 19h • Itu • Mediadoras: Adriana Ferreira e Vanessa Valente
20/09 • 19h • Itapetininga • Mediadoras: Beatriz Pereira e Vanessa Valente
26/09 • 15h • Pardinho • Mediadoras: Luciana Gerbovic e Vanessa Valente

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Zero

Ignácio de Loyola Brandão

Zero é um marco na história da literatura brasileira. E o que melhor descreve o que foram os nossos anos de chumbo. Sua primeira edição foi publicada na Itália em 1974 e no ano seguinte no Brasil. Nesta primorosa edição comemorativa, há depoimentos do autor, fac-símiles do original, reproduções das capas de todas as edições, iconografia de época e um documentário sobre as reações provocadas pelo livro.

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18/09 • 19h • Presidente Venceslau • Mediadoras: Janine Durand e Vanessa Valente
19/09 • 19h • Rosana • Mediadoras: Andréia Grava e Janine Durand
20/09 • 10h • Narandiba • Mediadoras: Andréia Grava e Janine Durand

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Conheça as mediadoras

Adriana Ferreira Foto: Divulgação
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Adriana Ferreira

Jornalista, leitora, empresária, pós-graduada em Comunicação Empresarial, e mediadora de clubes de leitura com formação pela Escrevedeira Centro Cultural Literário. Idealizadora da Agama, curadoria de cultura com projetos de leitura em empresas, associação de amigos e oficinas culturais. Desde 2020 coordena mensalmente dois clubes de leitura em São Carlos, São Paulo, onde foi mediadora do projeto Experimentando a Leitura, no Sesc, mediadora do Encontro com o Conto no Centro Municipal de Cultura e da Jornada Pedagógica com os professores da rede municipal.

Andréia Grava Foto: Divulgação
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Andréia Grava

Pedagoga, mestre em Educação, leitora e mediadora de clubes de leitura com formação pela Escrevedeira Centro Cultural Literário. Tutora no curso de mediação de clubes de leitura do SisEB, idealizadora da Confraria Literária mediando clubes on-line e presenciais desde 2022. Possui textos publicados nas antologias Cartas para Meu Amor e Café, Pão e Poesia (Lura Editorial).

Beatriz Helena Pereira Foto: Divulgação
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Beatriz Helena Pereira

Graduada em Letras, mestre em Literatura Brasileira e mediadora de clubes de leitura com formação pela Escrevedeira Centro Cultural Literário. É mediadora do clube do Centro de Letras e Comunicação – Ler Mulheres, e faz parte do Clube de Leitura Devoradores de Livros.

Beth Leites Foto: Divulgação
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Beth Leites

Formada em Jornalismo, História e Letras, cursa pós-graduação em Literatura e Filosofia, e é mediadora de clubes de leitura com formação pela Escrevedeira Centro Cultural Literário. Realiza mediações dos clubes do Pacto Literário, da Livraria da Tarde e, como convidada, do Os Guarda-Livros, da Livraria Ponta de Lança e do clube Una Giornata in Italia. Mediou mesas de lançamento dos livros Coisas Humanas e Não chorar (Paris de Histórias) e Correspondência: Virginia Woolf e Victoria Ocampo (Bazar do Tempo).

Claudia Aratangy Foto: Divulgação
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Claudia Aratangy

Educadora, advogada, mestre em Direito no tema de remição de pena pela leitura, leitora e mediadora. Trabalhou com formação de professores no Ministério da Educação, na prefeitura e no estado de São Paulo. Esteve na equipe que elaborou os programas Ler e Escrever, Bolsa Alfabetização e Cultura é Currículo. Organizou a Liga das Universidades Leitoras, de clubes de leitura em faculdades particulares. Parceria do programa Remição em Redem, na elaboração de pareceres sobre relatórios de leitura de pessoas encarceradas, onde atualmente coordena a equipe de pareceristas de um projeto de remição de pena pela leitura realizado pelo programa Praler – Prazeres da Leitura.

Janine Durand Foto: Divulgação
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Janine Durand

Educadora, fundadora da Jnana Consultoria – Educação, Cultura e Redes, com experiência na implantação de centenas de clubes de leitura e formação de cerca de 2.000 mediadores, é parceira da SP Leituras nos programas Praler – Prazeres da Leitura e Clubes de Leitura SisEB. Idealizadora e gestora do programa Remição em Rede, que realiza clubes de leitura em penitenciárias do estado de São Paulo e forma mediadores de leitura e pareceristas. Mediadora dos clubes de leitura Vozes Femininas, da BibliON, e Estantes Prediletas, da Revista Emília. É coautora do livro Clubes de Leitura: uma aposta nas pequenas revoluções (Solisluna-Emília).

Luciana Gerbovic Foto: Divulgação
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Luciana Gerbovic

Advogada, professora, escritora e mediadora de clubes de leitura em diversas entidades públicas e privadas. Sócia-diretora da Escrevedeira Centro Cultural Literário e criadora da Literatura Eh Direito. Cogestora do programa Remição em Rede, que realiza clubes de leitura em penitenciárias do estado de São Paulo e forma mediadores de leitura e pareceristas. É parceira da SP Leituras nos programas Praler – Prazeres da Leitura e Clubes de Leitura SisEB. Autora de contos publicados nas antologias 336 horas (Casa da Palavra), As letras da lei (Casa da Palavra) e Ninguém humano (Terceiro Nome) e do romance A maior mentira do mundo (Quelônio). É coautora do livro Clubes de leitura: uma aposta nas pequenas revoluções (Solisluna-Emília).

Vanessa Valente Foto: Divulgação
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Vanessa Valente

Mediadora de clubes de leitura com formação pela Escrevedeira Centro Cultural Literário, leitora e farmacêutica bioquímica. Integrante do programa Clubes de Leitura SisEB, em parceria com a Biblioteca Solidária Sidnei Pereira da Rosa, no distrito de São Francisco Xavier, São José dos Campos. É parceira e parecerista do programa Remição em Rede, onde participar de projeto de remição de pena pela leitura realizado pelo programa Praler – Prazeres da Leitura.

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Fique por dentro de tudo o que acontece nos três módulos do Viagem Literária!

Marcela Dantés: “ser finalista de prêmios literários, além de trazer mais leitores, traz oportunidades incríveis, como essa Viagem Literária!”

Marcela Dantés: “ser finalista de prêmios literários, além de trazer mais leitores, traz oportunidades incríveis, como essa Viagem Literária!”

Marcela Dantés é mineira de Belo Horizonte, onde nasceu em 1986. Graduada em Publicidade e Propaganda, ela foi autora residente do Festival Literário Internacional de Óbidos, em Portugal. Sua coletânea de contos “Sobre pessoas normais” (Patuá) foi semifinalista do Prêmio Oceanos. Com os romances “Nem sinal de asas” (Patuá) e “João Maria Matilde” (Autêntica), foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2021 e 2023.  Durante a 16ª edição do programa Viagem Literária:  módulo Encontros com Escritores - Prêmio São Paulo de Literatura, Marcela cumpriu uma intensa agenda de encontros nas bibliotecas públicas de cidades do interior do estado de São Paulo - Mococa, Santa Cruz das Palmeiras, Porto Ferreira e Cordeirópolis -,  entre os dias 1 e 4 de outubro.  Nesta entrevista, a autora comenta sobre a importância da participação de autores e autoras nos programas de incentivo à leitura: “Veja a lista de autores desse ano, que coisa linda: múltipla, com escritores e escritoras de diversos cantos do Brasil, de vários estilos, com os mais distintos públicos. É realmente encantador.”, afirmou Marcela.  Confira abaixo a entrevista na íntegra! Como você avalia o impacto de programas de incentivo à leitura, como a Viagem Literária, na formação de novos leitores e no fomento à literatura?Marcela: Estes programas são fundamentais. Me lembro da minha experiência pessoal, de ser apresentada a escritores na escola e entender a humanidade do ofício. Eram pessoas, pessoas de verdade, que escreviam livros. Isso dá uma nova dimensão à leitura, à descoberta da literatura, ao interesse pelos livros. Enquanto autora, esta é, sem dúvida, uma das partes que mais gosto do meu ofício: conversar com leitores, com futuros leitores, trabalhar intensamente para que os livros cheguem cada vez mais longe e encantem mais pessoas. Você acredita que esses programas conseguem democratizar o acesso à literatura e promover uma maior diversidade de vozes no cenário literário?Marcela: Sem dúvidas. Em um país como o nosso, em que a cultura quase nunca é uma prioridade e que o acesso aos livros pode ser tão difícil, um programa como o Viagem Literária tem de ser muito exaltado. Ele permite que os leitores conheçam novas vozes, favorece à difusão da literatura e incentiva o hábito de leitura em diversos espaços do país, começando pelas escolas, o que é essencial. Veja a lista de autores desse ano, que coisa linda: múltipla, com escritores e escritoras de diversos cantos do Brasil, de vários estilos, com os mais distintos públicos. É realmente encantador. Na sua opinião, qual é o papel das premiações literárias na carreira de um escritor? Elas são determinantes para a visibilidade e sucesso na indústria editorial?Marcela: Não diria que as premiações são determinantes, já que vários autores conseguem trilhar um caminho sólido e profícuo sem nunca terem sido premiados. Entretanto, não há dúvidas de que figurar nas listas de finalistas ou ser consagrado com um prêmio literário é um momento muito importante na carreira. As listas e prêmios ainda pautam a leitura de uma grande camada da população, abrem portas para maior espaço na imprensa, despertam o interesse de grandes editoras, enfim, permitem, sem dúvida, que um autor tenha mais alcance em um mercado que é extremamente competitivo. As premiações literárias ainda têm um papel relevante em tempos de redes sociais e marketing digital, ou você vê outros caminhos tão importantes quanto? No meu entendimento, mesmo nos tempos atuais, as premiações literárias têm seu espaço e seu papel. Talvez, as redes sociais e marketing digital sejam capazes de potencializar os resultados e o alcance. De toda forma, claro, é possível traçar um caminho sólido e conquistar um público de leitores sem figurar nas listas ou ter uma presença marcante nas redes – são muitos casos e histórias diferentes e fascinantes. Após ganhar prêmios literários, o que mudou em sua vida pessoal e profissional? Houve mais oportunidades de publicação, convites para eventos literários, ou outros tipos de reconhecimento?Marcela: Ser finalista dos prêmios Oceanos, Jabuti e São Paulo sem dúvidas foi fundamental para a minha carreira, me trouxe mais leitores e, claro, oportunidades incríveis, como essa Viagem Literária. Além do reconhecimento profissional, quais foram os desafios ou novas responsabilidades que surgiram com os prêmios? Marcela: Os prêmios são sempre um recorte: muita coisa incrível entra nas listas de finalistas, mas, também, muita coisa igualmente boa fica de fora. Eu acho que o maior desafio de um autor indicado ou premiado é nunca se acomodar, seguir buscando a excelência e continuar trabalhando para ir cada vez mais longe.    
Davi Boaventura comenta a importância dos prêmios literários e lembra:

Davi Boaventura comenta a importância dos prêmios literários e lembra: "é preciso ter cuidado, não dá pra alimentar a vaidade"

Davi Boaventura é um autor com uma trajetória marcada por reflexões sobre a literatura e sua interseção com outras formas de expressão, como a fotografia. Ele publicou livros como "Mônica vai jantar", que foi adaptado para o teatro e concorreu ao Prêmio São Paulo de Literatura, e vê o reconhecimento em premiações como como uma importante plataforma para divulgar obras que fogem dos circuitos mais comerciais, permitindo que escritores alcancem públicos mais amplos. “O Prêmio São Paulo trouxe camadas diferentes para a recepção do livro, uma certa atenção aos detalhes do texto e uma quantidade maior de resenhas e retornos, que mexeram bastante com minha própria relação com a literatura.”, disse Boaventura.Nesta entrevista, o escritor, tradutor e fotógrafo, que percorreu entre os dias 1 e 4 de outubro bibliotecas municipais das cidades de Cananéia, Itanhaém, Cubatão e São Bernardo do Campo, durante a 16ª edição do programa Viagem Literária:  módulo Encontros com Escritores - Prêmio São Paulo de Literatura – fala também sobre as principais influências em sua formação como escritor e ainda dá dicas aos aspirantes a escritores sobre o hábito da leitura: “Conhecimento acumulado não tem muita serventia se você não sabe ligar os pontos. Prefiro ler alguém que, com dez livros, faz uma pizza maravilhosa do que quem transforma duas bibliotecas em uma gororoba”, destacou.Sobre a relação entre fotografia e escrita criativa, Boaventura explora essa intersecção em sua própria prática. Ele acredita que experiências visuais, incluindo a fotografia, moldam e influenciam a maneira como escritores constroem narrativas​. Confira abaixo a entrevista na íntegra! Prêmios literários costumam ser marcos importantes na trajetória de escritores. Em sua opinião, como esses prêmios podem impactar a carreira de um autor, tanto em termos de visibilidade quanto de reconhecimento artístico?Davi: Olha, um dado que sempre me impressiona é saber que, todo ano, a publicação de novos livros no Brasil ultrapassa a casa das dezenas de milhares, isso sem contar muitas das produções artesanais, zines e plaquetes, títulos que muitas vezes sequer têm ISBN ou registro formal. Então, em um mercado tão saturado, às vezes é bem difícil encontrar um público que de fato leia seu livro. A pessoa precisa saber que seu livro existe, precisa escolher comprar seu livro ao invés de comprar o best-seller da semana, precisa querer leu seu livro ao invés de pegar um outro na pilha dos não lidos. Então concordo muito quando dizem que a chancela de um prêmio funciona como um filtro muito poderoso. É verdade, joga um holofote sobre sua literatura, uma luz que, talvez, de outra forma, você não tenha tanto acesso, e isso ajuda muito para que as pessoas conheçam seu trabalho. Aí de repente você descobre que um casal de Belém está lendo seu livro, que uma turma de escritores de Porto Alegre está estudando seu estilo, que uma amiga sua de Maceió adorou determinado trecho e fez uma performance com ele nas redes sociais, que um grupo de mulheres de Jundiaí resolveu adaptar seu livro para o palco, é esse tipo de conexão que faz a literatura valer a pena. Porque, se uma parte do processo é solitário, você com o texto dentro da sua cabeça, não acontece nada sem a outra ponta, sem as pessoas com o livro na mão. Não acho que o texto seja um fim em si mesmo. Acho que o texto é o começo de uma conversa. É uma obra aberta.No cenário literário atual, você acredita que os prêmios ainda são fundamentais para legitimar a qualidade de uma obra ou autor, ou existem outras formas tão importantes de se destacar?Davi: O mundo mudou muito, não tem como negar esse fato. E, com a onipresença da internet e dos algoritmos, os caminhos se diversificaram, estamos vivendo entre várias comunidades esparsas e que nem sempre conversam umas com as outras. Às vezes você escuta o nome de uma pessoa pela primeira vez e, quando vai ver, essa pessoa tem oito milhões de seguidores no Instagram. Como várias outras pessoas já disseram, acredito que a grande questão hoje é descobrir como não se perder no meio da multidão, é entender quais são os pontos de referência confiáveis, quem são os novos “porteiros” ─ os gatekeepers - sobre os quais o jornalismo fala há, sei lá, mais de cem anos ─, separar o que é barulho e o que não é. Por isso acho que, nesse sentido, por mais que os prêmios sejam também reflexos de um grupo de jurados, e sejam influenciados por diversos aspectos culturais, não dá para ignorar que eles ainda têm um peso bem importante no reconhecimento de um livro. A curadoria hoje, do ponto de vista relativo, tem até mais importância do que antes. Quais prêmios ou reconhecimentos literários você considera mais marcantes em sua própria carreira? E como essas conquistas influenciaram sua trajetória como escritor?Davi: A indicação ao Prêmio São Paulo de Literatura, com certeza, foi o mais marcante, pelo tamanho do prêmio, pela importância nacional, por ter levado o livro para alguns lugares que ele não teria como chegar sem esse reconhecimento, mas também pelo momento em que aconteceu, no final de 2020, auge da pandemia, eu e minha ex-companheira trancados em um apartamento em Curitiba, foi uma coisa que mexeu muito com meu emocional. Talvez tenha sido um dos momentos que mais me fez entender o que é ser um escritor, o que é “trabalhar com literatura”, e não ter somente uma aproximação diletante com a escrita. Claro, os prêmios gaúchos para  “Mônica vai jantar” também foram bem importantes, pelo peso simbólico de me sentir aceito por aquela comunidade ─ porque, afinal, sou um escritor de Salvador que morou seis anos em Porto Alegre e mais cinco anos em Curitiba - e publico por uma editora gaúcha independente ─, e esse sentimento foi muito forte, mas o São Paulo trouxe camadas diferentes para a recepção do livro (, uma certa atenção aos detalhes do texto e uma quantidade maior de resenhas e retornos, que mexeram bastante com minha própria relação com a literatura. Ao mesmo tempo, esse movimento te mostra também como é preciso ter cuidado, como não dá pra alimentar a vaidade, a vida continua igual. É trabalho. Sentar e tentar escrever o melhor que você pode, dentro das suas condições, fazendo o máximo para não se enganar.Como a leitura de diferentes gêneros e autores influenciou sua prática escrita? Você acredita que a leitura é uma das ferramentas mais poderosas para aperfeiçoar a escrita de um autor?Davi: Bom, eu cresci em uma cidade turística, acostumada a receber gente dos mais diferentes estados e países, e gosto muito da ideia de que você pode encontrar inspirações artísticas até nas fontes mais inesperadas, então, para mim, acho que a mistura é essencial. O resultado pode até ser um texto, mas a origem desse texto parte de um grande caos criativo e entra um pouco de tudo: filme, música, pinturas, outros livros, uma conversa, uma aula de pilates. Um dos exercícios que mais gostei de fazer, por exemplo, e que, se tudo der certo, deve virar um livro infantil em breve, é tentar traduzir uma cor em palavras. A leitura, com isso, em uma chave mais ampla, precisa operar junto com o pensamento crítico, com o olhar atento, com o cuidado de buscar os estímulos variados e transformar tudo aquilo em algo que faça sentido para você e para seu trabalho. Até porque quem escreve não escreve isolado do resto da sociedade, escrever é sempre um ato ético de se estar no mundo. Quais foram as leituras mais impactantes em sua formação como escritor, e de que maneira elas moldaram seu estilo ou abordagem literária?Davi: Não acho que eu seja um escritor formado, acho que, em cada época, a gente se torna um escritor diferente, com formações diferentes, com perspectivas que podem ser muito distintas das perspectivas que tínhamos alguns anos atrás, principalmente porque um livro não se escreve em um dia, às vezes a gente leva anos com o mesmo texto e vai amadurecendo junto com ele. Quando lancei meu primeiro livro, ainda em 2012, minha principal influência talvez tenha sido “O apanhador no campo de centeio”, de J.D. Salinger. Mas, para o “Mônica vai jantar”, por exemplo, o estilo de Raduan Nassar em “Um copo de cólera” foi importantíssimo para eu descobrir meu próprio estilo de escrita. De uns anos pra cá, a escritora britânica, de origem nigeriana, Bernardine Evaristo, tem sido uma figura que volta e meia me aparece no pensamento. James Baldwin é outro que tem andado bem perto. O último livro de Julia Dantas, por exemplo, me fez pensar sobre a possibilidade de humor mesmo no meio da tragédia. Você pega um pouco de cada pessoa e tenta criar um todo coeso. Para mim, inclusive, a questão sempre parte do seguinte princípio: como escrever algo que é seu, mas, ao mesmo tempo, não é apenas uma mera repetição do que você já fez?Que conselhos você daria para aspirantes a escritores sobre o hábito da leitura? Existem práticas que você considera essenciais para uma leitura que contribua significativamente para o desenvolvimento da escrita?Davi: Um arquiteto e artista plástico mineiro que mora em Curitiba e foi uma das pessoas mais interessantes que conheci nos últimos anos uma vez me disse o seguinte: é só fazer as contas, se você ler três páginas por dia, no final de um ano você já vai ter lido mais de mil páginas. Então acho que uma das primeiras coisas que a gente precisa desmistificar é que, para ler, a pessoa precisa passar horas parada com o livro na mão. Você lê quantas páginas quiser, pelo tempo que quiser ─ assim como também é preciso ter em mente que ninguém é obrigado a ler dois mil livros para começar a escrever, nem ficar na briga entre ter que ler os clássicos ou acompanhar a produção contemporânea, ou só botar no papel depois de estudar profundamente todos os detalhes da história. O importante, na minha opinião, é aprender a construir associações, estabelecer conexões consistentes e interessantes, até imprevisíveis. Conhecimento acumulado não tem muita serventia se você não sabe ligar os pontos. Prefiro ler alguém que, com dez livros, faz uma pizza maravilhosa do que quem transforma duas bibliotecas em uma gororoba. Você pode nos contar um pouco sobre sua trajetória profissional como escritor? Houve momentos específicos que marcaram uma virada em sua carreira?Davi: Sempre acho meio engraçado pensar em termos de carreira literária porque uma coisa que precisa melhorar muito no mercado literário brasileiro é justamente o profissionalismo. Fora algumas boas exceções, existem ainda muitas empresas amadoras no meio e algumas editoras não podem nem ser chamadas de editoras, são apenas gráficas mesmo. Você, enquanto profissional da área, é obrigado a se virar nos trinta, e às vezes nem sobra tempo ou ânimo para aquilo que é o que você gosta mesmo de fazer, que é escrever. Mas consigo pensar em dois momentos bem significativos na minha trajetória, dois pontos de virada. O primeiro, em 2013, foi quando me mudei para Porto Alegre para fazer o mestrado em Escrita Criativa da PUCRS, porque tive contato na sala de aula com muita gente muito qualificada e isso me trouxe não só outra visão de mundo e da literatura como também um novo padrão de exigência ─ não dava para escrever qualquer coisa e mostrar pra aquelas pessoas, eu precisava me esforçar ─, sem falar no choque cultural que foi sair da Bahia e me abrigar no Rio Grande do Sul. Foram seis anos em Porto Alegre e não tenho dúvidas de que não saí a mesma pessoa de quando cheguei. O segundo momento aconteceu a partir de 2021, quando comecei uma transição para o mundo da tradução e por lá fiquei, trabalhando em mais de duas mil páginas em um período bem curto. Com a tradução, não sei, parece que você acessa outra dimensão da literatura, você conhece as entranhas do texto, aprende como ele funciona e como faz o que ele faz. Não tem como passar ileso por essa experiência.Sabemos que além de escritor, você tem uma relação forte com a fotografia. Em suas experiências com fotografia, há algo que você aprendeu ou desenvolveu que foi fundamental também para a sua prática de escrita?Davi: Fotografia é sem dúvida uma das coisas que mais amo no mundo. Quando era adolescente, minha mãe me deu uma câmera básica, mas, como eu não sabia bem o funcionamento da máquina, acabava cortando várias cabeças nas fotos e meus amigos da época me tripudiavam bastante. Comecei a fotografar mais a sério na faculdade, no laboratório de fotografia da UFBA, e queria me profissionalizar na área. Mas fiquei com medo. Olhava pras fotos de um amigo meu e pensava: “Caramba, nunca vou conseguir fotografar desse jeito”. Mas, depois, me dei conta de que talvez pudesse fazer no texto o que ele fazia na imagem, e aí me voltei pra escrita e comecei a desenvolver meu estilo, mais “agitado”, por assim dizer. Alguns anos mais tarde, a paixão voltou. E tanto o “Mônica” quanto o livro que estou escrevendo agora começaram a surgir a partir de uma fotografia, uma foto que eu olho e penso: “quero traduzir essa imagem em um texto”. É uma tradução bastante livre, claro. Começa em uma coisa e vai terminar em outra. Mas a imagem acaba sendo uma baliza muito forte. Outra coisa que me encanta muito na fotografia é o acaso, o imediatismo do inesperado, a imprevisibilidade. Talvez por isso eu não costume fazer planejamentos e esquemas muito rígidos para um livro. Tenho uma ideia geral, defino alguns pontos importantes e vou escrevendo. Se decidir mudar na hora, se o inconsciente trouxer alguma ideia diferente, tá tudo bem, só vou e lá na frente decido o que fazer com as curvas. Pode ser meio trabalhoso, porque você precisa voltar pro início do texto para ajeitar algumas pontas soltas, mas acho que ter essa liberdade é essencial para não transformar a criação em uma produção mecânica. O pior que pode acontecer hoje, na minha opinião, é entregar para as pessoas uma literatura chat-gpt, sem tempero nenhum.Continue acompanhando a programação completa de Encontros com Escritores - Prêmio São Paulo de Literatura por aqui! Foto: Davi Boaventura (crédito: Flor Reis)
“Escrever é aprender até o fim da vida, este é o grande desafio”, diz Ignácio de Loyola Brandão

“Escrever é aprender até o fim da vida, este é o grande desafio”, diz Ignácio de Loyola Brandão

Presente em várias edições do Viagem Literária, o renomado escritor brasileiro, Ignácio de Loyola Brandão, marca sua presença mais uma vez na jornada de 2024, dando a largada na última etapa do programa – o módulo Encontros com Escritores: Prêmio São Paulo de Literatura -, que ao aproximar os escritores de seus públicos, vai resgatar a memória desse prêmio tão reconhecido internacionalmente e mais de uma década de protagonismo no cenário da Literatura Brasileira. Entre os dias 1 e 3 de outubro, o autor circula, pelas bibliotecas municipais das cidades de Presidente Venceslau (1/10), Rosana (2/10) e Narandiba (3/10). Nesta entrevista, o jornalista e escritor expressa uma visão muito positiva sobre programas de incentivo à leitura, como o Viagem Literária: “O ineditismo da Viagem é levar a recantos os mais distantes, longe das capitais, escritores profissionais, com carreira consolidada e dispostos a repartir experiências, mostrar problemas, desmistificar ilusões, contando como é o ofício na realidade”, acredita o autor. Ele também apresenta sua postura crítica e reflexiva em relação à literatura, prêmios literários e o incentivo à leitura no Brasil. Para Brandão, os prêmios não devem ser o objetivo principal de um escritor, sendo que o mais importante mesmo é o foco no compromisso com a qualidade do que se escreve, não necessariamente na busca de reconhecimento por meio de premiações. Inácio de Loyola Brandão também costuma aconselhar novos escritores a perseverarem e serem persistentes, e destaca que escrever é um ofício que exige prática, disciplina e dedicação.Confira a entrevista! Como o senhor vê o impacto dos programas de incentivo à leitura, como a Viagem Literária, para a formação de novos leitores e escritores?Ignácio: O ineditismo da Viagem é levar a recantos os mais distantes, longe das capitais, escritores profissionais, com carreira consolidada e dispostos a repartir experiências, mostrar problemas, desmistificar ilusões, contando como é o ofício na realidade. Ser escritor é um mito. Que se alcança com luta, trabalho, esforço e prazer. Nós procuramos mostrar dificuldades, realidades, com dicas, alguma orientação. Por exemplo: se você não sabe a sua língua, não sabe escrever ou não está disposto a aprender, a se sacrificar, desista. Escrever é trabalho árduo, ainda que cheio de prazer.   Na sua opinião, de que maneiras os prêmios literários influenciam a trajetória de um escritor, tanto no início quanto nas fases mais consolidadas da carreira?Ignácio: Prêmios são incentivos, empurrões, uma alavanca para você se dedicar ao trabalho. Mas de nada adianta você se sentar e dizer: escrevo para ganhar um prêmio. O que você deve pensar ao sentar-se é: quero escrever a melhor história do mundo, do meu jeitoOs prêmios literários são essenciais para o reconhecimento de um autor no Brasil? Como eles moldaram sua própria carreira? E que conselho você daria para alguém que está começando a escrever e deseja construir uma carreira literária?Ignácio: Moldar não molda. O prêmio. No máximo te dá animo para lutar e continuar.  O que constrói uma carreira é o sentar e escrever, o procurar assunto, conhecer o país, o saber criar. E escrever, ler muito, ler tudo de bom que aparece, ler sobre o Brasil, nossos problemas. Perguntar. O escritor pergunta o tempo inteiro o que é, o que está acontecendo, o que ele está vendo. O escritor precisa tentar explicar o mundo. Portanto é fundamental mergulhar na vida. O prêmio te dá, por um tempo rápido, publicidade, você se torna conhecido, portas podem se abrir. E também um dinheirinho. Ao escrever, foque na sua história e digite, encha o papel com seus personagens. Prêmio nos estimula, mas é passageiro. E difícil de ganhar, a concorrência é grande. É loteria.Além do reconhecimento, que outros efeitos uma premiação literária pode trazer para a vida de um escritor?Ignácio: Felicidade, prazer, ser reconhecido, ver seu nome circulando, apontam para você, te chamam para dar entrevistas, infla o ego, você se acha o máximo. Mas tudo isso pode também acabar. Tem curta decoração. Vai ter de se habituar a uma gangorra. Mas até é divertidoComo equilibrar o desejo de criar algo original com as influências inevitáveis ​​de outros autores e referências literárias?Ai a porca torce o rabo. Você pode gostar muito de um escritor, e gostaria de escrever como ele. Não tem como. Ou tentando escrever igual, você descobre a sua própria forma de escrever. A escrita vem lenta para dentro de nós, desde que você, escreva, escreva, escreva, escreva. Você pode, ao ler, descobrir as manhas, o estilo, as maneiras como certo autor que você adora, escreve.Este é o momento mais interessante da escrita: o do aprendizado, do mergulhar no sabe fazer, no descobrir seu estilo, no ter coragem de escrever e rasgar, e recomeçar. Aos 88 anos, depois de ter escrito 59 livros e começando mais um romance, percebo certas armadilhas e modos de ser. Escrever é aprender até o fim da vida, e este é o grande desafio, o que nos leva para a frente. Já teve dias que, no final, descobri que escrevi uma única bela frase, boa verdadeira, profunda, atraente, leve. E ela valeu a pena o tempo que você gastou. E você fica feliz. Aquilo é o que você tinha tentado escrever desde que começou. Escrever é delirar a cada instante.Ignácio de Loyola BrandãoJornalista e escritor, Bandão passou pelas redações dos periódicos brasileiros Claudia, Última Hora, Realidade, Planeta, Ciência e Vida e Vogue, e do francês Lui. Atualmente é colunista do jornal O Estado de S.Paulo. Tem 45 livros publicados, entre romances, contos, crônicas, relatos de viagens e literatura infantil, com tradução para diversos idiomas. Com O menino que vendia palavras (Companhia das Letrinhas) ganhou o Prêmio Jabuti. Recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra e foi eleito por unanimidade para ocupar a cadeira 11, que pertencia a Helio Jaguaribe. Desta terra nada vai sobrar, a não ser o vento que sopra sobre ela (Global) foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura.Confira neste link a programação completa do – o módulo Encontros com Escritores: Prêmio São Paulo de Literatura e continue a nos acompanhar por aqui!